Esta viagem nos emocionou
muito. Aliás, nos emociona até hoje. Ter estado num paraíso daquele em família
nos deu uma sensação de plenitude...
Diogo tinha completado um ano e
nove meses de idade, e era possível notar com nitidez o quanto ele também
estava diferente, o quanto ele estava feliz com as novidades. Foi sua primeira
viagem de avião, seu primeiro contato com a natureza e sua primeira aventura
longe dos centros urbanos.
Dioguinho na cabine do avião
Preparando o Dioguinho para a decolagem
A sensação começou ainda no avião,
quando apreciávamos a chegada ao arquipélago. O comandante do vôo foi bem legal
com os passageiros e deu uma volta completa na ilha.
Volta completa no arquipélago
A aterrissagem no paraíso é
eletrizante, pois a aeronave passa próximo ao Morro Dois Irmãos – o principal
cartão postal de Noronha - e dali você já vê a
galera surfando, botando pra dentro dos canudos de cor azul turquesa da
Cacimba do Padre... Aliás, quando eu ainda era um pirralho, o retrato dos tubos
de esquerda com o Morro Dois Irmãos ao fundo, e com o sol entre os os morros, estava
sempre rabiscado à caneta em meus cadernos de escola.
A pousada
Neste local, havia uma banda
nativa tocando músicas do Armandinho, e a música “Desenho de Deus” marcou toda
essa nossa viagem. Sempre que a ouço, meus olhos lacrimejam.
Ela tem os mesmos acordes
simples de uma música que o Diogo também adora: “On My Mind” do Donavon
Frankenreiter. O gosto do Diogo por música é curioso...
O tripé teria sido mais eficiente do que a gringa que tentou nos ajudar nesta foto...
No mesmo dia, à noite, fomos
jantar na Pousada do Zé Maria. Ir até Noronha e não jantar lá pelo menos uma
noite é heresia! O restaurante é muito simpático, mas a recepção do Zé faz a diferença do local. Nós, já informados
de que o restaurante sempre enche muito, chegamos bem cedo. Ainda tímidos,
ansiosos, e com uma baita fome, escolhemos um cantinho no qual sabíamos que não
atrapalharíamos ninguém, e ficaríamos
mais a vontade com o Diogo. Zé Maria parece ter percebido nossa preocupação, e
fez questão de nos colocar num lugar amplo, bem no meio do salão, numa mesa
enorme que coubesse os apetrechos do Diogo, e ainda sobrasse bastante espaço
para não sei mais o quê...
Os garçons do local devem ter sido
naturalmente treinados por ele, pois todos são muito simpáticos e bem
atenciosos também. Talvez esse restaurante seja o mais caro da ilha, mas tudo
ali faz valer cada centavo gasto. Diogo já havia mandado pra dentro uma papinha
de potinho, e começou a demonstrar sinais de sono. Então colocamos um “patati
patatá básico” na mesa pra ele assistir, contamos de um até dez, e o bichinho, cansado da viagem e do corre-corre dos pais ansiosos, caiu nos braços de Morfeu.
Eu e Ju pedimos uma moqueca de
peixe, que, sem dúvida, foi a melhor que já apreciamos. Quando ainda degustávamos
o delicioso prato, Zé Maria chegou à nossa mesa e rogou que provássemos a
farofa que acabara de fazer. Joguei um punhado dela no caldo da moqueca, provei
e exclamei... “Nossa, Zé, que farofa é essa?!, tão leve, tão saborosa”. Ele
respondeu num tom engraçado: “É de pão velho!, Pão velho com alho...
gostou?!, então peraí que vou trazer mais...” . Resultado: Eu e Ju nos
entupimos de farofa de pão velho com o caldo da moqueca. Naquele momento eu gostaria de estar em casa só para poder lamber não só os dedos, como o prato também... tsc tsc tsc... No fim do jantar fui afrouxando o cinto, depois abrindo o botão da calça, e, após terminar,
definitivamente, o jantar, fiquei um bom tempo me sentindo ancorado sobre a
cadeira do restaurante. Se ainda tivesse alguma vaga disponível em sua pousada,
acho que ficaríamos por ali mesmo!
Continua - Noronha JAD no Paraíso - parte 2
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