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JAD – iniciais de nossos nomes: Juliana, Anderson e Diogo – é o nome que criamos para referenciar essa família de origem humilde, que busca viver intensamente de forma planejada, que esbanja gosto pela vida e faz valer a pena cada segundo em que passamos juntos.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Noronha - JAD no Paraíso - parte 1


Esta viagem nos emocionou muito. Aliás, nos emociona até hoje. Ter estado num paraíso daquele em família nos deu uma sensação de plenitude...
Diogo tinha completado um ano e nove meses de idade, e era possível notar com nitidez o quanto ele também estava diferente, o quanto ele estava feliz com as novidades. Foi sua primeira viagem de avião, seu primeiro contato com a natureza e sua primeira aventura longe dos centros urbanos.
Dioguinho na cabine do avião

Preparando o Dioguinho para a decolagem

A sensação começou ainda no avião, quando apreciávamos a chegada ao arquipélago. O comandante do vôo foi bem legal com os passageiros e deu uma volta completa na ilha.

Volta completa no arquipélago


A aterrissagem no paraíso é eletrizante, pois a aeronave passa próximo ao Morro Dois Irmãos – o principal cartão postal de Noronha -  e dali você já vê a galera surfando, botando pra dentro dos canudos de cor azul turquesa da Cacimba do Padre... Aliás, quando eu ainda era um pirralho, o retrato dos tubos de esquerda com o Morro Dois Irmãos ao fundo, e com o sol entre os os morros, estava sempre rabiscado à caneta em meus cadernos de escola.



A chegada

A pousada

Eu e Ju não conseguíamos parar de sorrir. Chegamos à ilha numa tarde ensolarada,  colocamos a nossa bagagem no quarto da pousada, alugamos um bugre, e corremos para o Mirante do Boldró. Lá fomos agraciados com um lindo por do sol.

Neste local, havia uma banda nativa tocando músicas do Armandinho, e a música “Desenho de Deus” marcou toda essa nossa viagem. Sempre que a ouço, meus olhos lacrimejam.
Ela tem os mesmos acordes simples de uma música que o Diogo também adora: “On My Mind” do Donavon Frankenreiter. O gosto do Diogo por música é curioso...












O tripé teria sido mais eficiente do que a gringa que tentou nos ajudar nesta foto...

Ainda neste fim de tarde, corremos para a praia da Cacimba do Padre para que eu pudesse tomar conhecimento, ao vivo e a cores, desse pico tão sonhado, e conferir as ondas nas quais eu ia me atirar no dia seguinte. Era quase noite, mas Diogo estava radiante – de toquinha por causa do vento – correndo na areia da praia pra lá e pra cá, tudo parecia um sonho.



No mesmo dia, à noite, fomos jantar na Pousada do Zé Maria. Ir até Noronha e não jantar lá pelo menos uma noite é heresia! O restaurante é muito simpático, mas a recepção do Zé faz a diferença do local. Nós, já informados de que o restaurante sempre enche muito, chegamos bem cedo. Ainda tímidos, ansiosos, e com uma baita fome, escolhemos um cantinho no qual sabíamos que não atrapalharíamos  ninguém, e ficaríamos mais a vontade com o Diogo. Zé Maria parece ter percebido nossa preocupação, e fez questão de nos colocar num lugar amplo, bem no meio do salão, numa mesa enorme que coubesse os apetrechos do Diogo, e ainda sobrasse bastante espaço para não sei mais o quê...

Os garçons do local devem ter sido naturalmente treinados por ele, pois todos são muito simpáticos e bem atenciosos também. Talvez esse restaurante seja o mais caro da ilha, mas tudo ali faz valer cada centavo gasto. Diogo já havia mandado pra dentro uma papinha de potinho, e começou a demonstrar sinais de sono. Então colocamos um “patati patatá básico” na mesa pra ele assistir, contamos de um até dez, e o bichinho, cansado da viagem e do corre-corre dos pais ansiosos, caiu nos braços de Morfeu.


Eu e Ju pedimos uma moqueca de peixe, que, sem dúvida, foi a melhor que já apreciamos. Quando ainda degustávamos o delicioso prato, Zé Maria chegou à nossa mesa e rogou que provássemos a farofa que acabara de fazer. Joguei um punhado dela no caldo da moqueca, provei e exclamei... “Nossa, Zé, que farofa é essa?!, tão leve, tão saborosa”. Ele respondeu num tom engraçado: “É de pão velho!, Pão velho com alho... gostou?!, então peraí que vou trazer mais...” . Resultado: Eu e Ju nos entupimos de farofa de pão velho com o caldo da moqueca. Naquele momento eu gostaria de estar em casa só para poder lamber não só os dedos, como o prato também... tsc tsc tsc... No fim do jantar fui afrouxando o cinto, depois abrindo o botão da calça, e, após terminar, definitivamente, o jantar, fiquei um bom tempo me sentindo ancorado sobre a cadeira do restaurante. Se ainda tivesse alguma vaga disponível em sua pousada, acho que ficaríamos por ali mesmo!


Continua - Noronha JAD no Paraíso - parte 2


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