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Rio de Janeiro, Brazil
JAD – iniciais de nossos nomes: Juliana, Anderson e Diogo – é o nome que criamos para referenciar essa família de origem humilde, que busca viver intensamente de forma planejada, que esbanja gosto pela vida e faz valer a pena cada segundo em que passamos juntos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Noronha - JAD no Paraíso - parte 2


Acordar cedo era uma delícia... Diogo era o nosso despertador oficial, e toda a bagunça já começava de manhã, na cama.


O café da manhã da era maravilhoso. Tinha de tudo. Diogo aproveitou! Comilão do jeito que éh... Todos achavam graça. Virou o xodó da pousada, que, diga-se de passagem, também é super aconchegante.





Após o café, fomos direto para a Cacimba do Padre, pois não via a hora de iniciar a minha coleção de tubos. Ju brincava com o Diogo e o distraía enquanto eu aproveitava a máquina de ondas azuis. Depois que o Diogo dormiu na sombrinha da barraca, Ju pegou a câmera, e, mesmo longe, e com o Diogo em seus braços, começou a fazer umas imagens minhas surfando.                                            






Lembro-me que na manhã seguinte fomos explorar as praias que ficam ao redor da pousada, próximas também a uma vila muito charmosa, chamada Vila dos Remédios. Fomos então conhecer a Praia do Cachorro, e ficamos deslumbrados com o lugar. Foi o primeiro contato verdadeiro do Diogo com o mar, pois, devido à Maré baixa, havia pequenas piscinas naturais, sem qualquer sinal de perigo, com muitos peixinhos de tudo quanto era cor. Detalhe que éramos os únicos seres humanos nesta praia!                                                                                                                                                 


Fui surfar, mas com a maré baixa, as ondas fechavam muito. Mesmo assim entrei e arrisquei uns tubos “fechadeiras”, e logo me veio em mente a brincadeira que os surfistas fazem quando se referem às ondas de Fernando de Noronha, quando a apelidam de “Fechando de Noronha”. As más condições me fizeram esquecer um pouco das ondas e resolvi ficar mais tempo curtindo a praia com Diogo e com a Ju. 


Descida da Praia do Cachorro


Diogo e os peixinhos "cololido"

Logo depois fomos para a praia da Conceição, e, novamente, nos vimos sozinhos na praia. Quase não dava para acreditar naquilo. Eu e Ju viramos criança e nos divertimos de igual para igual com o Diogo, fazendo desenhos na areia, correndo de um lado para o outro, caindo naquela água límpida e morna...




Na praia do Boldró, pude surfar sozinho também. Arrisquei as esquerdas do meio da praia onde há uma bancada de pedra e corais. Como a maré estava seca na manhã em que estivemos lá, as ondas maiores abriam mais, pois começavam a "escorrer" um pouco antes da bancada. O vento terral estava bem forte, a onda estava muito rápida e estava bem difícil de acertar a prancha “no trilho”. Numa dessas ondas, acabei tomando um caldo horrível em cima da bancada, que acabou arrancando um bife do meu pé.



Diogo me viu chegando do surf e disse que queria surfar também. Então coloquei a prancha na beira da praia e ele iniciou sua sessão de manobras radicais!









"De braços abertos" é marca registrada do Dioguito. Sinal de que está feliz


Ainda no Boldró, ganhamos um amiguinho, que surgiu do nada. Um projeto de cão veio nos dar as boas vindas, e divertiu bastante o Dioguinho.



Outra coisa que não se pode deixar de fazer em Noronha é mergulhar!
Juliana já havia mergulhado lá numa viagem anterior, e, para evitarmos qualquer tipo de problema com o Dioguinho, fui curtir essa maravilha a sós. Na operadora, cheguei crente que estava abafando com o meu brevê OWD da PADI de 1997. O cara olhou o brevê, meio que ignorou, e me perguntou a quanto tempo eu não fazia um "mergulho escuba..". Eu respondi  sem fazer muita conta: ”uns três anos..” Então ele foi direto e disse que seria melhor eu fazer um “batismo”, ou seja, mergulho de iniciante...afff... Bom, na época em que fiz o curso, lembro que um dos itens que a PADI mais preza é segurança, contudo, o amigo que mergulhava comigo na ocasião era dive master, por isso, eu abusava um pouco da condição e chegava a 30 metros em mergulhos nas ilhas de Arraial do Cabo. Como havia muito tempo em que eu não fazia nem mesmo um "snorkeling" básico, e não tinha nenhum bam bam bam de mergulho para fazer dupla comigo, aceitei a condição de fazer o tal batismo mesmo.


Na lancha, fui me lembrando rapidamente dos procedimentos que antecedem ao mergulho, e até ajudei uns iniciantes no preparo para a caída. Ao mergulhar, a primeira sensação que eu tive foi a de que havia mergulhado no dia anterior, como os que um dia aprenderam a andar de bicicleta e nunca mais se esqueceram. A segunda sensação é indescritível. Não dá para comparar um mergulho naquelas águas com a de nenhum outro lugar do Brasil. Me senti abençoado, renovado! O termo "batismo" deve ter um bom fundamento...


O visual do porto, a ida e volta de lancha aos pontos de mergulho, e a saudade que me deu da Ju e do Dioguinho nesse tempinho em que ficamos separados, também é indescritível! Cheguei na pousada arrebatado por ter realizado aquele “batismo” e extremamente feliz  por reencontrar a minha família.

Diogo imitando a careta do papai

Assim foi sendo nossa rotina no paraíso: explorando as lindas praias, as trilhas e as vistas deslumbrantes. Engraçado como Diogo não se contentava em fazer as trilhas em meu colo. Fazia questão de caminhar pelo saibro. 
Ele, com certeza, será meu parceirinho de aventuras, assim como eu fui com o meu pai. Tá no sangue... Vovô Diogo adora caminhadas assim, e sempre me levou com ele. Sempre que estou com Dioguinho em situações assim, de aventura, tenho reflexos da minha infância. Minha mãe também tira de letra as situações hardcore em que meu pai nos colocava, assim como a Ju tira hoje comigo.



Em Noronha, o final das trilhas compensa as caminhadas. Tudo lá é lindo demais. Aliás, morro de vontade de levar meus pais neste lugar.




A sede do IBAMA de FN é um lugar legal para ir à noite. Além de exposições marítimas bem bacanas, o local oferece palestras sobre preservação, etc..
Dioguinho simulou o nascimento de numa tartaruguinha....(risos)





Outro momento marcante foi o último dia em Noronha. Acordamos cedo e fomos à praia do Leão para revezarmos um snorkeling. Mais uma vez, somente nós três na praia. 


Diogo no colo do papai, pela trilha até a Praia do Leão


Caminhamos até o encontro das duas baías, e Ju fez o primeiro mergulho na vegetação marinha dali, enquanto eu fiquei brincando com o Diogo de “pular ondinhas”.  Depois foi minha vez. Não consegui colocar a nadadeira no pé direito, pois o corte já estava bem inflamado, então caí sem nadadeira mesmo. A correnteza entre as baías é bem forte e o segredo é manter-se o máximo possível sobre a superfície para não ser carregado para longe. Mergulinho show de bola aquele...





Na volta, carreguei o Dioguinho no colo, e antes de entrar no bugre e sairmos dali, fiquei paralisado contemplando a vista da praia, agradeci a Deus por tudo aquilo, e vi passar um filminho em minha cabeça sobre todos os momentos de JAD no paraíso de Noronha. Muita emoção!
Ficou um gostinho de quero mais...

"Desenho de Deus"
-Armandinho-

Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor...





Papai do céu na hora de fazer você
Ele deve ter caprichado prá valer

Botou muita pureza no seu coração
E a sua humildade
Fez chamar minha atenção
Tirou a sua voz
Do própolis do mel
E o teu sorriso meigo
De algum lugar do céu
E o resto deve ser
Beleza exterior
Mas o que tem por dentro
Para mim tem mais valor..



Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor...














Papai do céu na hora de fazer você
Ele deve ter caprichado prá valer
Botou muita pureza no teu coração
E a sua humildade
Fez chamar minha atenção
Da estrela mais bonita
Ao brilho desse olhar
Diamante verdadeiro
Sua palavra foi buscar
O resto deve ser
Beleza exterior
Mas o que tem por dentro
Para mim tem mais valor...




Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Quando Deus te desenhou
Ele tava namorando
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor
Na beira do mar
Na beira do mar, do amor...
Na beira do mar, do amor...








A l o h a !
By Anderson e Juliana Pimentel

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Noronha - JAD no Paraíso - parte 1


Esta viagem nos emocionou muito. Aliás, nos emociona até hoje. Ter estado num paraíso daquele em família nos deu uma sensação de plenitude...
Diogo tinha completado um ano e nove meses de idade, e era possível notar com nitidez o quanto ele também estava diferente, o quanto ele estava feliz com as novidades. Foi sua primeira viagem de avião, seu primeiro contato com a natureza e sua primeira aventura longe dos centros urbanos.
Dioguinho na cabine do avião

Preparando o Dioguinho para a decolagem

A sensação começou ainda no avião, quando apreciávamos a chegada ao arquipélago. O comandante do vôo foi bem legal com os passageiros e deu uma volta completa na ilha.

Volta completa no arquipélago


A aterrissagem no paraíso é eletrizante, pois a aeronave passa próximo ao Morro Dois Irmãos – o principal cartão postal de Noronha -  e dali você já vê a galera surfando, botando pra dentro dos canudos de cor azul turquesa da Cacimba do Padre... Aliás, quando eu ainda era um pirralho, o retrato dos tubos de esquerda com o Morro Dois Irmãos ao fundo, e com o sol entre os os morros, estava sempre rabiscado à caneta em meus cadernos de escola.



A chegada

A pousada

Eu e Ju não conseguíamos parar de sorrir. Chegamos à ilha numa tarde ensolarada,  colocamos a nossa bagagem no quarto da pousada, alugamos um bugre, e corremos para o Mirante do Boldró. Lá fomos agraciados com um lindo por do sol.

Neste local, havia uma banda nativa tocando músicas do Armandinho, e a música “Desenho de Deus” marcou toda essa nossa viagem. Sempre que a ouço, meus olhos lacrimejam.
Ela tem os mesmos acordes simples de uma música que o Diogo também adora: “On My Mind” do Donavon Frankenreiter. O gosto do Diogo por música é curioso...












O tripé teria sido mais eficiente do que a gringa que tentou nos ajudar nesta foto...

Ainda neste fim de tarde, corremos para a praia da Cacimba do Padre para que eu pudesse tomar conhecimento, ao vivo e a cores, desse pico tão sonhado, e conferir as ondas nas quais eu ia me atirar no dia seguinte. Era quase noite, mas Diogo estava radiante – de toquinha por causa do vento – correndo na areia da praia pra lá e pra cá, tudo parecia um sonho.



No mesmo dia, à noite, fomos jantar na Pousada do Zé Maria. Ir até Noronha e não jantar lá pelo menos uma noite é heresia! O restaurante é muito simpático, mas a recepção do Zé faz a diferença do local. Nós, já informados de que o restaurante sempre enche muito, chegamos bem cedo. Ainda tímidos, ansiosos, e com uma baita fome, escolhemos um cantinho no qual sabíamos que não atrapalharíamos  ninguém, e ficaríamos mais a vontade com o Diogo. Zé Maria parece ter percebido nossa preocupação, e fez questão de nos colocar num lugar amplo, bem no meio do salão, numa mesa enorme que coubesse os apetrechos do Diogo, e ainda sobrasse bastante espaço para não sei mais o quê...

Os garçons do local devem ter sido naturalmente treinados por ele, pois todos são muito simpáticos e bem atenciosos também. Talvez esse restaurante seja o mais caro da ilha, mas tudo ali faz valer cada centavo gasto. Diogo já havia mandado pra dentro uma papinha de potinho, e começou a demonstrar sinais de sono. Então colocamos um “patati patatá básico” na mesa pra ele assistir, contamos de um até dez, e o bichinho, cansado da viagem e do corre-corre dos pais ansiosos, caiu nos braços de Morfeu.


Eu e Ju pedimos uma moqueca de peixe, que, sem dúvida, foi a melhor que já apreciamos. Quando ainda degustávamos o delicioso prato, Zé Maria chegou à nossa mesa e rogou que provássemos a farofa que acabara de fazer. Joguei um punhado dela no caldo da moqueca, provei e exclamei... “Nossa, Zé, que farofa é essa?!, tão leve, tão saborosa”. Ele respondeu num tom engraçado: “É de pão velho!, Pão velho com alho... gostou?!, então peraí que vou trazer mais...” . Resultado: Eu e Ju nos entupimos de farofa de pão velho com o caldo da moqueca. Naquele momento eu gostaria de estar em casa só para poder lamber não só os dedos, como o prato também... tsc tsc tsc... No fim do jantar fui afrouxando o cinto, depois abrindo o botão da calça, e, após terminar, definitivamente, o jantar, fiquei um bom tempo me sentindo ancorado sobre a cadeira do restaurante. Se ainda tivesse alguma vaga disponível em sua pousada, acho que ficaríamos por ali mesmo!


Continua - Noronha JAD no Paraíso - parte 2