Eu não sei porque inciei a história desta viagem a partir
daquela noite de espasmos na varanda do hotel, mas vou voltar no tempo e tentar me lembrar de algumas
coisas desde o início, a começar pela jornada Rio – Honolulu:
Na boa, não há como dizer que quase 30 horas entre voos e
esperas em aeroportos foram sensacionais. Nós ficamos mortos de cansaço, com
dores no corpo e sono descompensado. O único que tirou de letra toda essa
maratona, e nos surpreendeu muito foi o Diogo, que curtiu tudo, fez muita gente
rir com as suas “cantorias” e observações espontâneas.
almoço com chá de cadeira no aeroporto de Dallas
Nesse longo trajeto rolou muita coisa engraçada, inclusive,
um casal de brasileiros, de SP, com um filho que devia ter uns 10 ou 11 anos,
nos confundiu com integrantes de um programa de televisão que, por sinal, somos
fãs... Primeiro, o pai puxou assunto comigo perguntando se eu era surfista.
Como respondi que sim, perguntou em seguida se estávamos apresentando um
programa na emissora Multishow, de uma família que viaja em busca de ondas e imagens. Disse
que não e expliquei que apenas estávamos fazendo uma viagem em família, com
recursos próprios e suados, e que apenas temos um simples blog e tal... e que
ele deveria estar nos confundindo com os integrantes do programa “Nalu pelo
Mundo”. Ainda assim, o pai nos perguntou se bastava procurar no Google por jad
family para encontrar o blog. Isso tudo porque estávamos usando uma espécie de “uniforme”
com a nossa marca, então acabamos despertando alguns olhares curiosos.
Diogo não dispensa um lanchinho...
Até aí, tudo bem,
mas, antes disso, no embarque do Rio para Miami, eu tive uma sensação estranha,
ao mesmo tempo, cômica... Logo que começou o embarque, embora estivéssemos com
o cartão marcado como “prioridade” por causa do Diogo, costumamos sempre deixar
que todos embarquem na frente para não ficarmos muito tempo no avião esperando
pela decolagem. Principalmente sendo uma viagem longa. Mas, antes mesmo de
convocarem o pessoal da primeira classe, a atendente chamou umas três pessoas
pelo nome, dentre elas, Anderson Pimentel. Nesse instante eu me senti até
importante, mas, quando passei pelo portão, me pediram para aguardar um pouco, pois as outras duas pessoas que foram chamadas estavam passando por
um procedimento. Então chegou a minha vez, e eu achei o tal procedimento meio
estranho, pois eu precisei me sentar, erguer a calça até a canela, depois a
camisa na altura o estômago, e o responsável pelo tal procedimento passou uma
espécie de lenço de papel nas minhas canelas, depois no abdome, e em minha mochila
também. Foi tudo muito rápido, mas eu não resisti e perguntei que procedimento
era aquele. O responsável pelo procedimento respondeu, meio sem graça, que era
“detector de explosivo”.
Porra, ser confundido por integrantes de um programa
de televisão ainda vai, mas por homem-bomba é sacanagem!
Meu bilhete ainda recebeu
um adesivo vermelho, em forma de círculo... Eu heim...
Fiquei por alguns instantes me perguntando sobre o porque de ter passado
por aquilo e cheguei à conclusão de que “Jad” poderia parecer um nome talibã suspeito...
enfim, deixei rolar porque ainda teríamos muitos outros desgastes costumeiros pela
frente nessa trajetória até Honolulu. Depois de embarcados, devido à chuva no Rio, o
avião só decolou uma hora depois... Esse então foi o segundo perrengue (pra
nós, claro), pois o Diogo não estava nem aí. Tudo era novidade pra elezinho.
Nossa entrada nos EUA foi por Miami, e o agente federal fez questionamentos
simplórios e breves. Como eu já estava com mania de perseguição por ter sido
suspeita de terrorista, não me senti muito à vontade na imigração. Eu
simplesmente não conseguia responder a tudo com bom humor. O agente parecia
simpático, mas tive a impressão de que o mesmo ironizou quando eu respondi que nós passaríamos 28 dias de férias em Honolulu. A Ju também percebeu que ele não estava
muito convencido, mas não nos importamos muito. O homem-bomba aqui passou
batido nessa fase também, e isso era o que importava pra gente. Como a entrada
por Miami é sempre muito tumultuada, acabamos perdendo o voo para Dallas no
horário programado. O outro voo só saiu duas horas depois. Chegando em Dallas,
outro chá de cadeira (3 horas de atraso) e agente já não tinha mais o que
inventar para distrair o Diogo, mas o bichinho á tão bonzinho que parecia
compreender os nossos esforços para agradá-lo o tempo todo.
Mais lanchinho... benza deus...rs
Chegamos no Hawaii sãs e salvos, num final de tarde muito
bonito. Ver o arquipélago de cima é muito irado. Não fomos recebidos com
colares de flores como muita gente imagina por ter visto essa cena no antigo seriado de TV “A Ilha da
Fantasia”. Se você se lembra desse seriado, tá velho heim!
Esgotados e com os traseiros achatados de tantas horas
sentados, fomos pegar o carro na locadora e partir para o hotel. Nem nessas
horas a Ju me poupa de suas espirituosidades... Eu quebrando a cachola pra instalar a cadeira de criança
no carro e ela tirando foto do meu cofrinho...
coins required - quarter dollar
Logo que chegamos, enquanto um funcionário do hotel levava
nossas malas para o kitinete, saímos do elevador e nos deparamos com um casal
falando Português... É engraçado como nessas horas a gente acaba se sentido
amigo de pessoas que acabamos de conhecer. O casal, simpaticíssimo, fez questão
de deixar o elevador e conversar conosco. Eles são do Rio e moram em
Jacarepagua, quase vizinhos nossos no Brasil. E o “Zé Luis” ainda pegava onda
também. Foi ótimo encontrá-los. Zé Luis nos deu dicas valiosíssimas sobre onde
comprar, onde comer, onde se divertir, etc...
Diogo adorava tudo que via, e estava iludido de que a
kitinete do hotel no qual nos hospedamos era a nossa “casa do Havaí”, que por
sinal é ótimo, e fica localizado na rua mais badalada de Honolulu... Na mesma
avenida onde iremos instalar a nossa carrocinha de pipoca com sabor de teriyaki
para atrair as centenas de japoneses que visitam o HI...rsrs
Os funcionários do hotel já nos tratavam como parentes, tudo
lá é muito limpinho e organizado.
Chegar ao hotel e ser saudado com um “Aloooooha”!!! causa
uma sensação maravilhosa, e faz a gente se sentir em casa. Sempre que
chegávamos ao hotel de carro, os valets
faziam questão de perguntar onde eu havia surfado, como estava o mar, e seu nós
havíamos tido um dia bom, e eu fazia questão de dizer tudo, com uma empolgação
que não me é peculiar...
PS.: Juliana diz que nem
que eu ganhasse na mega sena sozinho demonstraria algum tipo de vibração. Ela brinca comigo
dizendo que a minha reação seria algo do
tipo:... “pô legal..." e complementaria com algo do tipo: "Pelo menos a gente não vai mais
precisar vender pipoca, neh... pois então... quando que a gente pode se mudar pro Hawaii de vez?”. hehehe.. Vou aproveitar para deixar registrado aqui que eu não sou uma pessoa fria, apenas não costumo demonstrar muita empolgação com as coisas, sabe? Se algum dia não fiz cara de surpresa quando poderia pelo menos ter me expressado com um "Uau!", é porque não sei mesmo reagir de forma diferente.
Apesar do cansaço e do
efeito Jet lag, eu estava muitíssimo
empolgado (do meu jeito, claro) e louco para explorar o lugar. Mas Diogo
apagou, Juliana também se aleitou, e eu fui pra rua procurar comida. Voltei
para o hotel com pacotes de macarrão instantâneo, e sucos industrializados da ABC Stores.
continua...